quinta-feira, 4 de março de 2010

"O pagamento"


Era uma linda manhã de um sábado de verão, do ano de 2010. O sol iluminou suavemente o quarto, fazendo com que Mariana despertasse. Abriu os olhos e sorriu, dando bom dia a si mesma. Afinal, completaria 15 anos no dia seguinte, com direito a festa e tudo.

Começou a sua rotina normalmente. Levantou da cama, calçou suas pantufas de coelhinho, se dirigiu ao banheiro. Em seguida, foi em direção ao corredor que levava a uma longa escada. Desceu para tomar café. “A essa hora minha mãe deve ter preparado um café super especial”, pensou.

Ao chegar lá embaixo, teve a impressão de estar sendo observada. Olhou para os lados, mas não viu ninguém. Já na cozinha, Mariana estranhou o que estava acontecendo. “Ninguém preparou meu café da manhã super especial. Será que esqueceram que amanhã é meu aniversário?!”, se questionou.

Decidiu procurar sua família. “Manhê, ô paiii, manoo”, ninguém respondia. O silêncio era absoluto e certo desespero começou a tomar conta dessa linda manhã. Percorreu todos os cômodos, até chegar ao sótão.

De repente, ao percorrer com os olhos em busca de alguma pista do que havia acontecido se depara com algo sinistro que pôde ver no espelho antigo de sua avó. Era uma figura macabra, coberta de preto e com uma névoa ao seu redor. Começou a sentir um cheiro de podridão. Seus olhos estavam fixos naquela figura assustadora. Suas mãos começaram a ficar geladas. Seu coração disparou de tal forma que ninguém pode imaginar.



A figura macabra se aproxima. Estranhamente, as pernas de Mariana pareciam não obedecer aos comandos de sua dona. Quando o ser sinistro para em sua frente.

“Mariana! Mariana! Acorda!”. A garota abre os olhos, vê seu irmão gritando para acordá-la. “Você tava tendo um pesadelo. Dizendo coisas sem sentido. Acho que você tá maluca, hein”, seu irmão afirma. “Cala a boa, moleque!”, Mariana diz irritada e joga seu travesseiro. Mas seu irmão é mais rápido e foge da fúria da garota. O travesseiro arremessado acabou por acertar um globo de neve, que caiu no chão. Ela levantou da cama e, ao caminhar em direção ao globo quebrado, avistou um pequeno pedaço de papel. Nele havia uma inscrição: “As respostas nem sempre estão na luz. Preste atenção nas trevas.”

O que isso queria dizer? A garota não fazia ideia. Primeiro, um pesadelo sem sentido, e agora, uma frase ainda mais sem sentido. As únicas coisas que podia fazer eram trocar de roupa e descer para tomar café.

Ao chegar à cozinha, ela vê um vulto que se aproxima. “Vá embora! Chega de pesadelos!”. Seu irmão pega em seu braço e diz: “Tá loca, menina?!”. Ao tocá-la, acaba por também ver o vulto que, até então, só a irmã via. O ser envolve os dois, e os leva a um cemitério. Eles vêem um túmulo e um nome inscrito, com data de nascimento do ano de 1966 e data de falecimento do ano 2000.




Os irmãos se encontraram novamente em casa. Contaram para a mãe o que aconteceu. “O pai e o tio de vocês se desentenderam por causa de negócios. O pai de vocês sempre andava armado. Perderam a paciência e um tiro foi disparado. Antes de morrer, o tio de vocês me deu o globo de neve que está no seu quarto, Mariana. Disse ainda que eu ganharia algo de bom algum dia”, confessou a mãe.

“Acho que estou entendendo agora”, falou a garota. E pegou o papel que encontrou no globo, agora no seu bolso. “Mãe, encontrei isso no globo. Eu acho que o tio nos deu uma pista. O pesadelo que eu tive, o papel e o vulto; ele quer nos mostrar algo”.

“As respostas nem sempre estão na luz. Preste atenção nas trevas”. “Qual o lugar mais escuro aqui, em casa?” perguntou a garota. “O porão!” responderam juntos.

E lá eles encontraram, em uma passagem secreta, um malote de dinheiro. Mariana viu algo que nunca tinha reparado antes, um baú enorme, atrás de umas caixas e prateleiras. Abriram o baú, e lá dentro puderam ver o corpo, há muito em decomposição, de seu tio. Ligaram à polícia.

A família começou a procurar o pai. Foram ao quarto do casal e encontraram-no morto, em cima da cama. Ao seu lado, um papel onde estava escrito: “Está pago”.

Como o pai morreu ninguém sabe explicar até hoje. A única coisa explicável é: “Tudo o que você faz para os outros sempre volta para você”.


Os nomes e os fatos são fictícios. Qualquer semelhança é mera coincidência.

Colaboração:
Bruno

Espero que tenham gostado da história. Contos melhores virão. Aguardem ^^

Beijos =*** Báa



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